22.9.13

Debate Semanal #1

  A vontade de ser mãe já despertou há algum tempo. Imagino-me a cuidar dele, a dar-lhe de mamar, agar-lhe nos dedinhos, sentir aquela paz só de olhar para ele, protegê-lo...
  Não o farei agora. Bebés precisam de conforto, comida, cuidados... todos aqueles bens que não posso dar agora. Por outro lado, precisam de estabilidade, uma mãe que saiba separar o bom do menos bom, que saiba deixar o filho cometer os seus erros, que o saiba criar para o mundo e não para si, que o saiba criar com "as doses certas" (a dose certa de carinho, a dose certa de regra e disciplina, por aí fora). Mas sei que um dia serei capaz de fazer tudo isso. Seria até um desgosto se não fosse fértil, mas há outras maneiras de ser mãe. Um dia há de chegar esse momento. Assim espero. :)
  Ser mãe não me preocupa. O "ser pai" é que me preocupa. Encontrar o homem que queira ser progenitor e pai é que é mais complicado. Encontrar o homem decente que queira ser responsável por colocar uma vida no mundo, cuidar dela e, sobretudo, ser pai. Ser verdadeiramente pai. Estar lá nos momentos felizes e de angústia, não fugir quando tudo corre mal ou pôr as culpas na mãe quando algo dá para o torto, saber lidar com adolescentes em climas de tensão, dar atenção e saber sorrir mesmo quando o dia não correu bem... Isto, sim, é difícil encontrar. E eu até estaria disposta a abdicar de um pai para ser mãe.
  É aqui que surge o meu dilema: seria justo, para com o meu filho, privá-lo de ter pai, só porque quis ser demasiado protetora?

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