Escrever:
algo que se faz de livre e espontânea vontade; algo que se faz feliz; ato de
libertar e canalizar ideias e/ou pensamentos de forma a tornar o autor “mais
leve”.
Escusado
será dizer que pareço um pedaço de papel amarrotado. As coisas que passam pela
minha cabeça são tão deprimentes, que acho que nunca me imaginei encontrar-me num
estado tão decrépito e miserável como neste meu estado atual. Chegar ao ponto
de ter pena de mim própria acho que é mesmo (mesmo) o fim do poço. E vou eu,
numa espiral sarcástica onde tenho pena de sentir pena… Shame on me... Burn me then…
Contarei
por partes quão bem vai a minha maravilhosa vida, de uma maneira regressiva.
Parte
um: distensão muscular, glúteo direito – traduzido: rasguei o músculo do
traseiro…
Ainda
mais virá!...
Pense-se
então: durante os picos depressivos, há uns dias em que parece que te estás a
recuperar e há outros em que parece que te estás a afundar ainda mais. Tinha
arranjado no desporto uma forma de elevar o meu “eu”, levando o meu corpo aos
limites e ao pensamento “ter um objetivo é sempre bom”. Estava finalmente a ver
resultados. Não por me dizerem “ENA!, estás bem mais magra!”, porque na
realidade não era isso que sentia, mas por me sentir mais tough girl. Caí algumas vezes e… bem, levantei-me outras tantas. E,
lá por volta da vigésima-quarta ou vigésima-quinta vez em que me tentava levantar,
senti o corpo mal aquecido e uma dor latejante na coxa. Caricata situação: não
conseguia sair da “posição de gatas” e, bem, proporcionei bastantes risos à
malta que fazia de plateia, inclusive ao pessoal da ambulância, que esteve mais
de meia hora para me conseguir levar para o hospital minimamente confortável.
Os risos não me afetaram. Até eu me estava a rir das minhas desventuras. O pior
era ter de lidar com a falta do meu “elevador”. Sentindo que a vida ia tirando
tudo de mim, saí do ginásio, de maca e de cabeça baixa…
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