15.7.12

Aventuras de primavera/verão

  Tínhamos combinado sair à noite. Eu, o J e alguns amigos nossos. Os meus pais decidiram levar-me até lá. Nada contra. O pior foi quando chegámos lá. Claro que às nove e meia da noite nenhum dos meus outros amigos se encontravam lá, estava lá apenas o J. O meu pai saiu do carro, fez um escândalo em plena praça pública, com direito a espetadores. A cara de vergonha e incredulidade do J superava qualquer humilhação que eu alguma vez tenha sofrido antes.
  - Entra no carro! Agora! Eu não te vou deixar aqui sozinha com esta galinha! Se for preciso tem quase trinta anos! Não te eduquei para ficares a vadiar na rua com desconhecidos!
  - Mas pai...
  - Acabou-se a conversa, entra no carro! Nós vamos para casa e é já!
  Acho que foi nesta altura que vi o J a entrar em choque. E eu queria encontrar um tremendo buraco ou algo que me dissesse que era apenas um pesadelo.
  Sei que o J é um pouco excêntrico e não é igual às outras pessoas, mas daí a insultá-lo à minha e à frente dele, ultrapassou um pouco os meus limites de boa educação. A única coisa que disse durante o caminho até casa foi "Não deviam julgar as pessoas pela aparência, muito menos quando a desconhecem por completo".
  Ainda não sei com que cara lhe dirigirei a palavra.


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