3.6.12

The only solution


Não me perguntem porque estou a partilhar isto no meu blogue, mas este é o sítio onde me sinto protegida pelo anonimato. Aqui não tenho medo de assumir meus erros, não tenho medo de assumir meus defeitos.
Eu sempre tive complexos com o meu corpo. Nunca tive o corpo perfeito, e acho que isso é mal de todas as mulheres, e não há receita milagrosa que o cure (acho). Toda a mulher vê uma pequena ou grande imperfeição no seu corpo.
Como já disse, eu sou atleta e pratico voleibol regularmente (umas 5 vezes por semana). Mas isso nunca me fez emagrecer. Mesmo que eu comesse normalmente, sem exageros, nunca perdi uma grama. É certo que não tive barriguinha e as minhas pernas ficaram muito mais rijas, musculadas. Sendo franca, isso nunca me impediu de me sentir descontente com o meu corpo.
Eu gosto, sim, de praticar desporto. Gosto de ter energia e de estar ativa, mas já lá vai o tempo em que eu achava que isso me trazia mais benefício do que o simples prazer de jogar.
Afundada no tédio, no mais puro dos descontentamentos, percebi que a única solução era deixar de comer. Mas como o fazer sem que ninguém me "chateasse a cabeça"? Comecei, então, a comer normalmente e a vomitar tudo o que comia. Sei que está longe de ser saudável, mas é a única solução. Tenho a perfeita consciência do que me pode acontecer, dos problemas que me pode trazer, mas também tenho perfeita consciência do tamanho do meu corpo. E se eu não gosto dele assim, tenho direito a mudá-lo. De que adianta ter uma vida saudável se isso não me deixa feliz? Se soubessem a culpa que sinto quando ponho uma colher na boca, compreenderiam. Nem que seja salada, não adianta!
Não me auto-mutilo há muito tempo. É coisa de 3 semanas, mas eu vejo resultados. Faço exercício na escola, em casa, em todo o lado. Não é algo que se possa ver há distância, nem de perto. É algo que escondia para mim, mas que tenho a perfeita noção ser completamente errado. Eu sei que consequências trará, que mau estar me provoca (a dor de cabeça que sinto quando acabo de vomitar é enorme, a pressão que se sente na cabeça faz até chorar involuntariamente) mas observo isto como algo temporário, até estar bem comigo mesma.
Oxalá isto apague o nojo que sinto ao olhar-me ao espelho...

6 comentários:

Unknown disse...

pareces ser uma rapariga inteligente e sei que compreendes os riscos do comportamento que escolheste. O conselho que te posso dar, de um bloguista também anónimo, é que procures ajuda. Há outras formas.

Anónimo disse...

Será mesmo que há?

m. disse...

bom dia, T. começares a ter consciência disso já é bom, o passo seguinte é procurares ajuda, como o speedy diz. eu nunca passei por isso, não sinto na pele aquilo que tu sentes, mas aqui não estás sozinha. nunca fui a uma consulta dessas, mas se precisares de um ombro amigo, está com sorte, compras um e levas outro grátis. e só custa um sorriso.
(eu que tenho gorduras na barriga, começo os abdominais e farto-me, caminho 2 horas por dia, corro, enfim, não é corpo de modelo, é corpo de uma mulher de quase 40 perfeitamente normal e gosto dele).
bjs.

Anónimo disse...

Mas se eu tenho um corpo tão desproporcional (na minha opinião) nesta idade, como será quando chegar à tua idade?

m. disse...

:( não tens.

Anónimo disse...

Então compreendes? Eu tenho que olhar por mim. De um jeito ou de outro, isto vai-me ajudar. Será temporário.