Devo confessar que já cheguei a ser agarrada à religião, até descobrir que são tretas e tratados, quase que políticos, presididos por um outro burocrático preconceituoso, seguido da sua espampanante corja. Hoje em dia, estou apenas na catequese para acabar o último sacramento que me liga a este fabulosa capela frequentada por avozinhas do chá, biscoito e tricô.
A crisma, por si só, já começava mal, pois ia me privar da adrenalina de jogar pelo título nacional. O que me alegrava, era o facto de saber que iria receber a minha família e fazer uma festinha pequenina. Eis que aparece o problema número dois...
A minha mãe trabalha num lar, dia sim, dia não. Não contam feriados e nem mesmo o Natal ou a Passagem de Ano. Ela pediu férias, mas negaram-lhe, mesmo sabendo que tinha este "grande evento" em mãos. Ou seja, ela irá trabalhar no sábado e terá o dia da crisma (domingo) livre. Ora, com um horário de 8:00 a 20:00, é difícil chegar a casa e organizar almoço para vinte pessoas. Eu sei que sou uma máquina, mas não tão fantástica. Organizar as coisas todas sozinha, é difícil, e ela é a mulher cá de casa, o pilar. Sem ela é difícil...
Problema número três: o meu pai e a minha mãe decidiram fazer o tal almoço num restaurante. Eu que queria o conforto e a alegria do almoço familiar caseiro, perco-o de imediato. Eles alegam ser mais barato e menos trabalhoso. "Sabes que a tua mãe não tem tempo para isso! Ela chega cansada a casa e nem terá forças para fazer grande coisa!" OK... Eu entendo. Abdico disso. Mas com uma condição - seria apenas um almoço, e o resto (o que eles chamam de "copo de água"/festividades extra) seria cá em casa. Tudo bem! Mas avistava-se o derradeiro golpe.
Eu adoro festas. Acho que faz também parte do espírito africano: a dança, a música, a alegria. É quase que como um símbolo africano. Um povo que faz muito com pouco. E não interessa se estás bem ou mal, basta uns familiares para te fazerem sorrir, dançar e cantar. E eu queria sim a música, a dança e a festa familiar. Mas os meus pais optam, sem sequer me informar, por fazer também o tal "copo de água" também no tal restaurante. E via desvanecidas as minhas últimas esperanças de me divertir no TAL almoço.
Chamem-me criança, mas estou completamente possuída por não puder ser à minha maneira!
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