13.4.12

Fogo de Palha

Eu deixei-me pressionar e agi de cabeça quente. Fui atrás daquilo que querias que eu fosse: a tua perfeita cúmplice, a tua companheira, alguém que te desse carinho independentemente da hora, do lugar ou do que eu estivesse a fazer, alguém que pudesse estar contigo assim que estalasses os dedos. E eu fui. A tua idiota. Aquela na qual podias pisar em troca da lembrança de um encontro, um encontro que parecia quase perfeito, um beijo que parecia quase perfeito, o olhar que parecia quase perfeito e o meu sentimento que, mesmo pequeno, era perfeito e verdadeiro. Tu duvidaste e eu me expus. Eu, agarrada a um respeito só meu e a um carinho que nunca tinha recebido e que julgava fora do normal, sonhava que finalmente achara o par perfeito, o meu par. Mas estava para breve a desilusão. Deixei de estar iludida. As nuvens dissiparam-se e o sol agora queimava sem pudor. Queimava mas eu insistia em caminhar sob ele. Insistia em erguer a minha taça, conquistada com sacrifício e derrubada por um simples gesto: um sopro forte vindo do mais fundo do teu ser. Derrubaste-a e fizeste com que o meu doloroso caminho sob o sol de nada valesse. A nossa relação extinguiu-se e ardeu como fogo de palha.

Sem comentários: