Já olharam para trás e se aperceberam que a inocência nos faz felizes? Que a nossa infância foi feliz e perfeita? Perfeita bem ao nosso jeito. Um triciclo dentro do quarto, nas manhãs de fim de semana quando acordava e lhes levava o pequeno almoço na cama. Leite quente com café e torradas com manteiga. Eles adoravam e eu adorava a forma como eles adoravam. Acordavam felizes e me faziam feliz. Dormia cedo e acordava cedo, desejando acordar tarde e dormir tarde. "Mãe, nunca mais cresço", e fazia aquele beicinho, como se crescer fosse bom. "Não te preocupes que vais crescer". Eu e o meu irmão gritávamos, embirrávamos um com o outro e acabávamos a brincar às escondidas. Odiava o meu ATL e estava deserta para de lá sair. Hoje a minha mãe acorda e vai para o trabalho dia sim dia não, só chega às oito e meia da noite e trabalha doze horas. Chega super cansada mas ainda me dá um big sorriso como se a vida melhorasse por causa disso. É ótimo vê-la fazê-lo. O meu pai e o meu irmão não se falam, dão um "bom dia" ou um "boa tarde" como se fossem estranhos. Ele prefere ficar fora de casa a semana inteira e eu culpo-o por não estar presente, por não se interessar por assuntos meus, da escola, ou simplesmente falar sobre mim. Faz-me achar que ele só conhece a Tânia Criança e não esta Tânia que sou hoje. Já só participa nos momentos maus da família, tipo criticar ou ralhar. Eu revolto-me e lá desabafo com a minha mãe. Ela defende-o, talvez para que eu não fique rancorosa. Apesar de tudo, eu amo-os. Com defeitos e virtudes, são a minha lovely family.
Agora digam-me, vale a pena crescer?
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