12.6.11
Estranhos
Foi a quem eu dediquei mais tempo. A estranhos. A quem contei a minha vida, e continuo a fazê-lo. Até neste preciso momento. Pedaços da minha vida. Não precisam de ser todos. A quem me entreguei, me revelei. Há estranhos que sabem mais da minha vida do que os meus amigos. Que talvez me conheçam melhor. A quem eu fui capaz de dizer "amo-te" perdida de ilusão. A quem revelei os meus segredos. Os meus mais íntimos segredos, que nunca contarei aos meus amigos. É aos estranhos que eu recorro quando me rebaixam. É em alguns deles que confio plenamente. Foi num deles que encontrei a minha (falsa) alma gémea. Afinal, não passam de estranhos. Nunca se sabe o que pensam realmente. Podem gozar com a tua cara. Fazer mil e uma cenas e armadilhas perfeitas para ti. Mesmo à tua medida. Prontas para te receber e emaranhar num mundo de mentiras. E quando tu acordas, é tarde de mais e preferes deixar andar. Quando cortas essa teia, ela geme de dor, e faz-te sentir-te culpada e no final de contas, quem geme és tu. De arrependimento, de frustração. Podem ser simplesmente estranhOS ou buracOS.
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